quinta-feira, 19 de maio de 2011

Japão descarta danos sérios após explosão em usina nuclear; governo amplia área de evacuação

Uma explosão na usina nuclear Fukushima 1, que ocorreu neste sábado (12), deixou feridos, mas não provocou danos sérios ao reator. Segundo a televisão pública NHK, vários funcionários da usina nuclear Fukushima 1 ficaram feridos após explosão que ocorreu às 16h (horário local), por razões desconhecidas. Um tremor foi sentido e fumaça pode ser vista na região da usina.
Agência Japonesa de Segurança Nuclear e Industrial descartou que o contêiner do reator nuclear da usina de Fukushima tenha sofrido sérios danos. Segundo a TV japonesa, o teto e os muros do reator nuclear foram derrubados. O oficial do distrito de Fukushima, no nordeste do Japão, Masato Abe, disse que a causa ainda está sob investigação.
No entanto, o chefe do gabinete japonês Yukio Edano disse que houve uma explosão e um vazamento radiativo na usina nuclear Fukushima, operada pela Tokyo Electric Power Co (TEPCO). “Estamos avaliando a causa e a situação e as tornaremos públicas assim que tivermos maiores informações”, disse Edano.
As autoridades japonesas estenderam neste sábado a 20 km o raio de evacuação da população nas proximidades da central nuclear de Fukushima, onde foi registrada explosão, depois do terremoto de sábado que devastou o nordeste do país.
De acordo com informações da imprensa local, o nível de radioatividade na área é 20 vezes superior ao normal e césio radioativo foi encontrado próximo da usina, que enfrenta uma série de problemas desde o forte terremoto de 8,9 pontos na Escala Richter que atingiu o Japão na sexta-feira (11).
A radioatividade recebida em uma hora por uma pessoa na usina nuclear de Fukushima corresponde ao limite anual admissível, disse neste sábado a agência de notícias Kyodo.
Mais cedo, foi informado que radioatividade registrada na sala de controle do reator da central de Fukushima 1 atingiu um nível mil vezes superior ao normal neste sábado, após problemas de refrigeração provocados pelo terremoto seguido de tsunami que assolou a região nordeste do país.
A localização precisa da explosão deste sábado na central nuclear de Fukushima  número 1 no Japão é essencial para estimar a gravidade do caso, segundo especialistas. A questão é saber se o recinto de confinamento que abriga o reator foi atingido.
“Precisamos saber, agora, o que explodiu: se foi o recinto de confinamento, a configuração do caso é a mesma de Chernobyl”, disse à AFP Stéphane Lhomme, da organização Observatório Nuclear.
“Mas pode se tratar de uma construção ao lado do reator”.
Em Chernobyl (Ucrânia) em 1986, o centro do reator ficava numa construção muito frágil que não resistiu à fusão do reator e ficou em destroços.
Por comparação, durante o acidente na central de Three Mile Island nos Estados Unidos em 1979, o recinto de confinamento resistiu e permitiu evitar o pior, disse Lhomme.
A Agência de Segurança Nuclear e Industrial japonesa estimou neste sábado que é “altamente provável” que esteja acontecendo uma fusão no reator número 1 da usina. Um funcionário da companhia elétrica que administra o centro nuclear, a Tepco (Tokyo Eletric Power), disse que a empresa está tentando resfriar o reator, onde anteriormente foi notado um  aumento de pressão, assim como disfunções no sistema de refrigeração.
Seguindo instruções das autoridades governamentais, a Tepco liberou vapor radioativo do reator para aliviar a pressão, e evacuou um raio de 10 km do entorno da usina. Assim, cerca de 45 mil pessoas deixaram suas casas.
O chefe de gabinete do governo, Yukio Edano, disse mais cedo que a quantidade de radiação em forma de vapor que vazou da usina Fukushima 1 é “muito pequena” e não deve afetar o meio ambiente e os moradores do local.  “Com a evacuação, nós podemos garantir a segurança”, disse durante uma entrevista neste sábado.

Mais cedo, o governo decretou situação de emergência na Fukushima 1. O nível de radioatividade ao redor da usina é oito vezes superior ao normal, informou a agência Jiji Press. Dentro da usina, a radioatividade é mil vezes superior ao usual por conta de uma falha no sistema de refrigeração, segundo a agência Kyodo, que cita uma comissão de segurança da usina.

Dos 55 reatores nucleares em funcionamento no Japão em 17 locais, 11 foram afetados pelo terremoto, informou na noite de sexta-feira a Autoridade francesa de Segurança Nuclear (ASN), que acompanha a evolução da situação nas centrais nucleares japonesas.
A Força Aérea americana enviou um líquido de resfriamento para uma usina nuclear japonesa nesta sexta-feira, horas depois de o país ter registrado o maior terremoto de sua história. A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, afirmou que a ação foi tomada depois de operadores da usina terem afirmado que a instalação não tinha líquido suficiente.
Fonte: Uol.com

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