quarta-feira, 23 de março de 2011

japão - história


A ocupação humana do Japão remonta ao Paleolítico, e a data mais consensual para a primeira presença humana neste arquipélago é de 35 000 a.C., quando povos caçadores-coletores[12] chegaram às ilhas vindos do continente através de istmos. As primeiras ferramentas japonesas de pedra lascada datam dessa época, e as de pedra polida datam de 30 000 a.C., sendo as mais antigas do mundo. Ainda não se sabe por que essas ferramentas surgiram tão cedo no Japão. Em 1985 mergulhadores fizeram descobertas de estruturas submersas em Yonaguni-jima, em Okinawa, o que atraiu muitos historiadores, arqueólogos e cientistas até ao sítio arqueológico, onde realizaram estudos para a sua datação. Chegaram à conclusão que os monumentos têm mais de 11 000 anos de idade, os mais antigos do mundo. Os cientistas confirmam que esses monumentos encontrados submersos na costa do Japão são a evidência de que pode ter existido uma civilização desconhecida, anterior à Idade da Pedra. A primeira cultura cerâmica e civilização a se desenvolver no Japão foi o povo nômade Jomon[13][14] que não desenvolveu a agricultura nem a criação de animais. Entre 250 a.C. e 250 d.C., a cultura nômade Yayoi, vinda de Kyushu, substituiu a anterior e trouxe o cultivo de arroz,[15] ferramentas em metal e a confecção de roupas.[16]
O Japão foi unificado pela primeira vez no século IV pelo Povo Yamato[14] e logo empreendeu a conquista da península da Coreia no final do século. Nos séculos seguintes a competição por cargos no governo enfraqueceu gradativamente o domínio japonês sobre a Coreia até ao século VI. Em 552, o budismo foi introduzido no país trazido da Coreia e servindo como arma política contra o crescente poder dos sacerdotes.[13] Após a morte do imperador Shotoku em 622 e um período de guerras civis, o imperador Kotoku deu início à reforma Taika que criaria um estado com poderes concentrados nas mãos de um imperador rodeado por uma burocracia, à semelhança da Dinastia Tang na China. Em 710 a capital japonesa foi transferida de Asuka para Nara, réplica da capital chinesa da época, dando início a um novo período da história japonesa no qual a cultura e a tecnologia chinesa tiveram maior influência e o budismo se difundiu com a criação de templos por parte do imperador nas principais regiões.[17]
Mais tarde a capital seria novamente transferida para Heian-kio, a moderna Quioto, e dar-se-ia o rompimento entre o imperador Kammu e os monges budistas. A partir daí foi estabelecida a escrita japonesa e uma nova literatura. Foi nesse período de paz que surgiram a classe dos samurais como guardas da corte.[13][14] Contudo as disputas surgidas entre os clãs guerreiros Taira no Kiyomori e Minamoto no Yoritomo levaram a uma nova guerra civil que só teve fim em 1185, com a ascensão de Minamoto. Este estabeleceria o governo do xogunato em Kamakura. Enquanto seguia as leis do governo Heian, o governo Kamakura foi executado por uma rede de samurais em todo o país que se comprometiam a manter a paz. Desde que o poder real era exercido localmente, os samurais foram capazes de assumir a terra dos ricos proprietários de terra aristocráticos e, portanto, levaram o governo Heian em Quioto a tornar-se ainda mais fraco. Um novo período de paz e enriquecimento cultural e material foi estabelecido até uma nova tentativa mal sucedida de restauração da autoridade imperial feita pelo Imperador Go-Daigo.[18][19]
O surgimento dos daimyo de base local, enfraqueceu o xogunato e esse enfraquecimento levou a Guerra de Ōnin entre 1467 e 1477 entre os Kosokawa e os Yamana que deu fim ao xogunato. Sem uma autoridade central, os daimyos, agora com autoridade absoluta em seus domínios, deram início a um período de guerras que só terminaria entre 1550 e 1560 com a conquista dos demais domínios por Oda Nobunaga.[13] Foi durante o século XVI que comerciantes e missionários portugueses chegaram ao Japão pela primeira vez, dando início a um intenso período de trocas culturais e comerciais. No Japão, os portugueses praticaram o comércio e a evangelização. Os missionários, principalmente os sacerdotes da Companhia de Jesus, levaram a cabo um intenso trabalho de missão e em cerca de 100 anos de presença portuguesa no Japão, em 1582 a comunidade cristã no país chegou a ascender a cerca de 150 mil cristãos no Japão e 200 igrejas.[20]
Toyotomi Hideyoshi deu continuidade ao governo de Nobunaga e unificou o país em 1590. Depois da morte de Hideyoshi, o regente Tokugawa Ieyasuaproveitou-se de sua posição para ganhar apoio político e militar. Quando a oposição deu início a uma guerra, ele a venceu em 1603 na Batalha de Sekigahara. Tokugawa fundou um novo xogunato com capital em Edo e expulsou os portugueses e restantes estrangeiros, dando início à perseguição doscatólicos no país, tidos como subversivos, com uma política conhecida como sakoku. A perseguição aos cristãos japoneses fez parte desta política, levando esta comunidade à conversão forçada ou mesmo à morte, como é o caso dos 26 Mártires do Japão.[21][22][23]
Esta política deixou a nação isolada por 250 anos até à chegada de navios dos Estados Unidos com Matthew Calbraith Perry em 31 de Março de 1854exigindo a abertura do país ao comércio revelando o atraso do xogunato. A Guerra Boshin restabeleceu o poder centralizado do imperador como Meiji do Japão em 1868, quando teve início um período de desenvolvimento econômico e de expansionismo ao qual se seguiram as vitórias nas guerras sino-japonesa (1894-1895) e russo-japonesa (1904-1905) e a conquista da Coreia e das ilhas de Taiwan e de Sacalina, mantendo o interesse do país sobre aManchúria.[24] Estes seguidos episódios deram ao Japão a sua primeira experiência bélica moderna, assistida pelos europeus, a primeira vitória sobre um país do velho continente e a solidificação como país mais influente da Ásia.[25]

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